Tradução de Edu Montesanti
Queridos amigos,
Cumprem-se hoje 30 anos da morte de Meena, líder da Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão (RAWA, na sigla em Inglês), quando os criminosos da KHAD e o assassino Gulbuddini a levaram, por meio de uma traição. Meena foi imortalizado, e seu clamor por justiça e liberdade em favor de milhares de mulheres afegãs ainda ressoa entre nossas mulheres.
Após a morte do poeta revolucionário do Irã, Samad Behrangi, um de seus amigos mais próximos, Hussain Sa'edi escreveu: "A maior obra-prima Samad foi sua vida". Esta afirmação, certamente, aplica-se à nossa amada Meena, sua maior orba-prima foi sua vida, e a fundação de uma organização como a RAWA.
Meena era uma rocha sólida a qual ninguém podia balançar. A Intimidação de seus inimigos não balançou sua forte vontade de lutar pela liberdade do povo. A organização fundada por Meena tornou-se o espinho nos olhos de criminosos fundamentalistas e não fundamentalistas, e tem roubado a paz de espírito dessa gente.
Queridos amigos,
Nossas mulheres queimam no inferno da violência de todos os tipos, sob o governo de traição e misoginia.
O imperialismo norte-americano tem ridicularizado a segurança dos direitos e justiça das mulheres afegãs, com a criação de órgãos governamentais como o Ministério de Assuntos da Mulher, a Promotoria Especial para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, e a Comissão afegãos Direitos Humanos.
Estes corpos cheiram terrivelmente a mentalidade dos jihadisras e os taliban, são tão traiçoeiros e incompetentes que têm sido desonrados petante nosso povo, e diante das mulheres anos atrás.
Nos últimos dezesseis anos, apesar dos estrondosos lemas dos Estados Unidos e de seus aliados ocidentais, crimes e violência contra nossas mulheres só têm aumentado. Isto se deve à dominação dos porcos misóginos fundamentalistas do governo fantoche.
Farkhunda levada por um grupo de vândalos Jihadi; Rukhshana foi apedrejada até a morte pelo brutal Taliban; nossa Tabbasum, de 11 anos de idade, foi decapitada; Zahra e Rahila foram queimadas vivas, até a morte; Rubaba, de 8 anos, foi forçada a se casar com um clérigo; e muitos mais casos como esses tem ocorrido.
Dezenas de mulheres e meninas são mortas pelas bombas dos ocupantes norte-americanos, a cada ano. Tudo isso enquanto os EUA e outros governos ocidentais usam seus meios de retratar a máfia governo de Cabul corrupto como se fossem pró-mulheres. Neste espetáculo ridículo, eles também usam figuras da sociedade civil e do parlamento.
Queridas irmãs,
Neste dia, façamos o juramento de seguir o caminho de Meena até o fim, e de lutar pela liberdade da nossa nação que sofre sob as garras obscuras de traidores internos, e de invasores estrangeiros.
Devemos lembrar que não há salvador, ninguém vai nos resgatar. A nossa liberdade só será possível através da nossa própria luta, em vez de confiar na chamada comunidade internacional e invasores estrangeiros.
Vamos honrar a memória da Meena, seguindo seu caminho e sua luta honrosa!
Originalmente publicado em 12 de fevereiro de 2017