Tributo à heroína do Afeganistão e do mundo. 30 anos da partida física da fundadora da Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão. Assassinada em 1987, Meena é exemplo de paixão e de coragem pela causa humanitária, especialmente dos famintos, com frio, enfermos e estupradas. Vitoriosa vida como inspiração em todos os rincões do planeta.
"Aqueles que morrem pela vida não podem ser chamados de mortos", costumava cantar, cheio de energia, o venezuelano Alí Primera, compositor preferido de Hugo Chávez. Poucas palavras descrevem a vida de Meena como essas.
Enquanto, há 30 anos cumpridos no último dia 4, sentimos profunda falta de Meena, é importante entender que sua obra pratica e toda a resistência não se deram apenas em favor da tão nobre quanto dura causa afegã - certamente, não. Meena doou a vida a seu povo, e aos ideais que cruzam toda e qualquer fronteira. Pelos menos favorecidos, o amor e a fúria de Meena. Tão preciosa obra e resistência. Sua inigualável graça, paixão e bravura são exemplos para toda a humanidade - e muito mais que exemplos: sua vida e seu sangue estão vivos para cada faminto em cada canto do mundo, para cada criança que chora, para cada doente e para cada violentada e violentado em todos os lugares.
Na América Latina temos uma longa história de resistência contra potências estrangeiras e contra covardes locais, fantoches do Império assim como os que o povo afegão enfrentam desde o século XIX. Lutas comuns, perdas comuns, sonhos comuns, vitórias comuns.
A vida e o sangue de Meena clamam hoje entre pedras afegãs por sua pátria invadida e roubada, tanto quanto por toda a humanidade que tanto amava. Meena e Alí Primera; Os afegãos e os "filhos" de Hugo Chávez hoje: ideais comuns de justiça social, liberdade e paz, enquanto sentimos a falta de Meena por longos 30 anos. Meena morreu tão jovem, para viver para sempre.
Se Meena pudesse clamar entre nós na América Latina hoje, eu ousaria convidá-la a clamar estas palavras de Alí Primera, tendo certeza de que ela adoraria fazer isso e que iria repeti-las aos afegãos que amava tão profundamente, assim como para o mundo inteiro:
Mãe, como eu adoro você / porque amo meu povo / e você me ensinou / a lutar por ele / Você me ensinou / a compartilhar meu pão / a compartilhar meu amor / a compartilhar meus sonhos / Eu quero agora / compartilhar meus braços / com os mesmos / que a abraço / Mãe, me deixe lutar / Você me ensinou a não matar as borboletas / a não cortar as rosas / que no seu jardim você cultivava / Aprendi, pouco a pouco, a amar os outros / Pelos humildes, mãe, me deixe lutar / Espero que compreenda / que a luta pelos homens não é feita por caridade / Mamãe, me deixe lutar...
Para Meena Keshwar Kamal, todo o nosso amor. Tudo o que ela quer, certamente, é que sigamos seus passos vitoriosos hoje. Exemplo e inspiração para toda a humanidade.